"É um silêncio sem ti; por que não vens?
Ninguém te descobriria agora já que a noite é escura.
[...] Descoberta de sentido no absurdo do existir;
onde linguagem encontra seu motivo."
Mathias Magalhães
No silêncio do teu olhar eu posso te ouvir
Ninguém percebe que me olhas assim
Mas leio cada palavra em teus olhos descrita
E vejo o desejo estampado em tua face
E me vejo calma e não mais aflita, porque sei
Queres mais de uma noite em secreto
Queres ser livre e viver por completo
Para te deliciares e, no final, sorrir
Jorrando como jorra solto um chafariz
Comigo cada instante parece sem fim
Cada novo encontro uma descoberta
E na noite escura brilha um farol alerta
Como não sabíamos que era um "quase"?
Um quase amor aquele que não vive
Que não toca, não sente, não vê, não ouve
Algo do qual no fundo eu sempre soube
O amor se descobre no silêncio, na dança
Na entrega alentosa dos loucos amantes
Na vontade majestosa de ser e fazer feliz
De andar por uma estrada difícil e sinuosa
Que foi desenha no quadro-negro com giz
E de manhã o sol que dissipa a escuridão
Traz o gosto daquela lembrança silenciosa
Da vida que inundou saudade ao coração, pois
A coisa amada é no mundo a mais preciosa!
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